Escrevo por ocasião do fim de mais uma época de rugby universitário, época esta em que equipa da AAFDL conquistou dois terceiros lugares nas duas competições em que participou: o Campeonato Universitário e, mais recentemente, a Taça Universitária.
Obviamente que, para todos os que jogam, apoiam ou simplesmente gostam do rugby universitário e da nossa equipa, o primeiro lugar seria sempre algo fantástico, seria o lugar cimeiro e representaria um título queremos sempre conquistar.
No entanto, aquilo que esta equipa obteve foi algo de muito positivo, excelente, se tivermos em conta que houve um esforço enorme que foi desenvolvido pelos dois treinadores, o Fred e o Gue, esforço este que deve ser destacado.
No entanto, não pretendo terminar o meu post abordando apenas a equipa de rugby.
Porque creio que existe algo mais importante do que uma época em que, em catorze jogos, perdemos apenas dois, mais importante do que o reconhecimento que não nos foi concedido e mais importante do que os dois trofeus que trouxemos para a AAFDL.
Falo de todas as modalidades praticadas por equipas da AAFDL e dos problemas das mesmas.
Todos sabemos que é algo fácil (para não dizer cativante e eficaz), o promover de viagens, apoios e condições às equipas da AAFDL em campanhas eleitorais, já para não falar da alusão a triunfos passados e presentes...
Mas depois, quando a época decorre e os problemas surgem, as coisas têm que ser feitas (e/ou resolvidas) e os atletas e respectivos técnicos deparam-se, por vezes, com a lentidão de processos a nível associativo, com a manifesta falta de vontade em resolver as coisas ou até com a contradição entre as boas intenções (tão propagadas) e a concretização prática destas.
Deixo por isso duas conclusões para este post, ambas pertinentes e ambas resultado desta reflexão:
- Se queremos (AAFDL) promover de forma eficaz o desporto (por intermédio das nossas equipas), temos que fazer um esforço bem grande (e isto não se aplica apenas ao desporto!) para que estas:
* sejam dotadas das melhores condições possíveis,
* sejam (sempre) apoiadas da melhor forma possível,
* vejam promovidos os seus jogos e actualizados os seus resultados quando isso é possível,
* tenham uma ligação real com a associação que facilite a resolução de problemas e
* possam efectuar as suas viagens caso estas, de facto, sejam exequíveis.
Há que compreender que, quando não se assegura o correcto funcionamento das equipas, não se está apenas a pôr em causa o nome e o trabalho das pessoas, está-se sobretudo o prejudicar o nome da AAFDL, que só beneficia em proporcionar, às suas equipas, as melhores condições possíveis e em evitar conflitos ou problemas com as mesmas.
- Apesar de apenas conhecer a realidade de duas (das muitas) equipas da AAFDL (a de rugby e as de futsal), não quero terminar este texto sem deixar um abraço e os meus votos de felicidades para todas estas e para todos aqueles que trabalham em prol das mesmas.
Bernardo Rosmaninho.
PS: Espero que, neste campo (e em muitos outros), as coisas melhorem, visto que a única coisa que pretendo é relembrar as pessoas que se pode sempre fazer melhor e que estas equipas, e as pessoas que praticam desporto nelas, merecem o melhor tratamento possível.
4 comentários:
Weber,
Em primeiro lugar, obrigado pelo teu comentário.
Claro que tentarei responder a todas as questões que levantas, dando exemplos de forma concreta.
Perguntas se mais pode ser feito? Eu creio que sim.
Não nego que o relatório de contas do ano passado (e o deste ano também) apontem para uma despesa enorme com o D.Desporto, despesa esta que, muito provavelmente, é superior ao somatório da dos departamentos Recreativo e Cultural.
Concordo contigo quando abordas a questão das prioridades da AAFDL e quando focas o problema levantado pela potencial falta de dinheiro para pagar aos funcionários da mesma.
No entanto, acredito que é possível continuar a apoiar o desporto da AAFDL, e focar outras áreas da mesma que deveriam ser prioritárias, sem que se descure a primeira.
Isso é possivel se procurarmos apoios para todo o D.Desporto (e para todas as suas actividades!); se, em vez de andarmos ás turras sobre as viagens das equipas da associação (por exemplo), tentarmos arranjar patrocinadores que sustentem a execução das mesmas.
Perguntas-me se todos os praticantes de Desporto na AAFDL não têm equipamentos, material de treino, campos onde treinar, treinadores, ajudas para despesas de deslocação?
Equipamentos - Não vás mais longe, fala com quem quiseres da equipa de rugby.
Material e campos para treinar - São dois elementos que, de modalidade para modalidade, esbarraram, por vezes (apenas por vezes, graças a Deus!), no facto de: ou existirem problemas com as inscrições ou o espaço para podermos treinar não se encontrar definido correctamente.
Treinadores e ajudas para despesas de deslocação (tenho tmb que incluír aqui, de novo, o material de treino) - Estes três pontos encontram (e fala com quem quiseres da equipa de volei para obteres mais informação no que concerne ao que direi seguidamente) a mesma dificuldade que existe no que toca aos funcionários.
O material de treino e as despesas de deslocação encontram-se incluidos nos salários dos treinadores (ver parágrafo acima).
Perguntas-me o que foi prometido pela actual direcção da AAFDL na campanha eleitoral, no que ao Desporto concerne, que não tenha sido cumprido?
Nada.
A questão prende-se com aquilo de que abdicamos (e não só a nível económico!) para cumprir essas promessas.
A questão subsiste quando sabemos aquilo que foi preciso discutir-se, em reuniões de direcção (e não só!) para que essas promessas fossem cumpridas.
A questão subsistirá sempre, porque com as verbas que usamos para cumprir essas promessas, poderiamos dar azo a outras aquisições e/ou actividades de outros departamentos (ou gabinetes), prosseguindo assim fins que, na óptica de muita gente, teriam precedência sobre o Desporto na acção da AAFDL.
Perguntas-me, por fim, o que mais poderá fazer a AAFDL?
Eu respondo.
A AAFDL pode:
- apoiar melhor as suas equipas, as actividades desenvolvidas por estas e até as actividades internas do departamento, por via do recurso ao meio empresarial, retirando assim das suas contas um encargo que pesa (e muito!) no seu orçamento.
- promover, de facto, os jogos (e actualizar os resultados) das suas equipas, oferecendo a estas o mérito que não lhes é concedido pelas vitórias conquistadas.
- fortalecer a ligação entre a associação e os treinadores das equipas, facilitando assim a resolução de problemas e acelarando os processos de índole burocrática, que tanto atrasam e dificultam o trabalhos destas.
- repensar as actividades que, prometidas em campanhas eleitorais, deveriam ser submetidas a um rigoroso escrutínio sobre a sua aplicabilidade, antes de ganharem esse estatuto (i.e. o de promessa).
Creio que respondi ás tuas questões (e que até fiz mais do que isso, dando à minha resposta uma extensão que não sei se seria a desejada).
No meu texto ou na minha atitude não existe nada de "político", ou de prejorativo, apenas a sincera intenção de efectuar uma reflexão sobre um tema e a introspecção (visto que tmb sou da associação) própria de quem gostaria de melhorar as coisas.
Saudações,
Bernardo Rosmaninho.
Bem, desde já, obrigado pelo alerta.
Não acredito que a minha ideia seja pioneira, e sei que já se procurou apoios, de forma isolada e esporádica, para várias actividades da AAFDL, sendo estas afectas a departamentos diferentes.
Aquilo que gostaria que acontecesse no futuro, é que essa procura se executasse de forma concertada e insistente, por intermédio do D.Empresarial, colaborando este com o departamento ou com o gabinete em questão, para que todas as actividades da AAFDL que possam ser "patrocinadas" (e repito: "que possam ser patrocinadas"!) o sejam.
As minhas qualidades (ou "aquelas que possa eventualmente ter") não voltaram ao "zero" nem subiram subitamente com a minha entrada na AAFDL, estas existiam antes (e, espero eu, serão melhores depois) desta experiência que tem sido a minha colaboração com a AAFDL.
Lamentavelmente, posso afirmar que estas tinham maior uso nas minhas experiências anteriores, que tinham uma amplitude maior que a actual (embora não fossem tão abrangentes quanto esta é).
Eu sei que, neste caso, a fasquia que coloco é elevadíssima, e acredita, tenho a perfeita consciência de que, em termos de tempo e de experiência (e apenas no que concerne à associação!), sou apenas um miúdo (e hierarquicamente falando, apenas um colaborador), no entanto, essa é a minha opinião sobre a maneira como as coisas deveriam ser feitas (embora queira deixar uma ressalva, por força do Dr. Carlos Neves e do cargo dele na AAFDL).
Quanto ás questões que me colocas:
-não fará sentido a AAFDL rever as suas prioridades e os alunos que realmente querem praticar desporto suportarem a maior parte das despesas?
Sim, os alunos que realmente querem praticar desporto devem suportar uma fatia maior das despesas, e acredita (não te conheço pessoalmente, portanto lamento imenso não poder adiantar-te mais do que o seguinte), no que diz respeito ao Dep.Desporto (e, até agora, ao Dep.Desporto apenas), a minha ideia (a nível empresarial) encontra-se perto de uma conclusão positiva, sendo que assim se cobriria uma boa parte das despesas acima referidas.
Assim, talvez a AAFDL pudesse rever as suas prioridades (algo que eu acho que deveria fazer) e apoiar efectivamente outras áreas que, se calhar, requerem mais a atenção da associação.
-como pensas submeter a escrutínio uma promessa eleitoral? Não é para isso que servem as eleições (já existentes)?
Eu não quero submeter a escrutínio uma promessa eleitoral!
(Lamento se foi essa a impressão que transpareceu do meu texto)
Quero é que as pessoas tomem responsabilidade por aquilo que decidem prometer.
Se algo se promete, é para cumprir, caso contrário, não deve ser feita essa promessa, para não se estar a iludir as pessoas convencendo-as de que algo será feito quando, de facto, não se sabe se isso é possível ou não existe vontade para que tal seja feito.
(DITO ISTO, FAÇO UMA ENORME RESSALVA PARA A MINHA RESPOSTA ANTERIOR, NO QUE TOCA A ESTA QUESTÃO)
-não achas que devem ser as equipas a promover os respectivos jogos e resultados? Porque haverá de estar a AAFDL a gastar mais recursos para promover os jogos?
As equipas de desporto são, em primeiro lugar, equipas da AAFDL.
Nas competições é o nome dela que aparece e que é anunciado e publicitado, não outro.
Nos equipamentos, é o logotipo e nome dela que encontramos, não outro.
Se o Dep.Desporto possui colaboradores, qual é afinal o trabalho em actualizar uma folha A3 com os jogos e os resultados de cada equipa? 5 minutos? 10 minutos?
E quanto custa afinal promover um jogo e um resultado? Sabes que, na reprografia, uma impressão A2 (vou repetir, "uma impressão A2", isto porque a maioria das folhas usadas em promoções e no afixar de resultados são A3 ou A5) custa 10 cêntimos?
10 cêntimos!
É revoltante pensar que não é possível a AAFDL promover as finais e os encontros importantes das SUAS equipas quando eu já paguei do meu bolso várias promoções de equipas da AAFDL (e isso incluí sempre, pelo menos, mais de 10 A2 e mais de 50 A5) e nunca gastei mais de 2€ em cada.
Caramba, 2€... digo tudo isto sem qualquer má intenção, mas acho que é impossível um indivíduo olhar para o cerne da tua questão (que é muito pertinente!) e não ver na minha resposta aquela que está mais correcta, perante a simplicidade do problema.
A única ressalva aqui surge por causa dos A1 e A0 que eu acho e defendo que, por motivos de custos e por não haver uma necessidade expressa que justifique o recurso aos mesmos, não devem ser usados para este efeito.
Por fim, deixa-me que te esclareça quanto aos equipamentos de Rugby (porque a explicação que me ofereces encontra-se incorrecta e incompleta).
- Quem pediu os equipamentos de rugby foi, de facto, o André Couto.
- Estes eram, como afirmas, grandes demais.
- Tal sucede não por culpa dele (embora seja facílimo atribuir-lhe a culpa a ele, sendo mais fácil ainda tendo em conta os recentes acontecimentos que marcaram a nossa associação e a lista R), mas porque a Sailev, a empresa que fez os nossos equipamentos para a equipa de Rugby para este ano, não nos informou que tinha mudado as formas usadas para a manufactura de camisolas, sendo que a consequência prática disto foi que as camisolas que nos fizeram, embora fossem, segundo a etiqueta, do tamanho correcto, eram incrivelmente grandes e ficavam-nos, a todos, largas.
- Quanto ao resto do equipamento já o recebemos e pagamos por ele (algo que talvez aproves), camisolas incluídas.
Para concluir, sobre o facto de a pessoa em causa ter deixado de ser vista na AAFDL, eu reservo-me o direito de guardar a minha opinião sobre o assunto, embora não deseje a ninguém, mesmo aqueles que não gostam da minha pessoa ou que têm algo contra mim, algo de mal.
Fica bem,
Bernardo Rosmaninho.
ANEXO AO COMENTÁRIO ANTERIOR
Quando, no meu comentário disse:
"Eu não quero submeter a escrutínio uma promessa eleitoral!
(Lamento se foi essa a impressão que transpareceu do meu texto)"
Estava a referir-me a parte por ti focada no meu texto anterior:
"- repensar as actividades que, prometidas em campanhas eleitorais, deveriam ser submetidas a um rigoroso escrutínio sobre a sua aplicabilidade, antes de ganharem esse estatuto (i.e. o de promessa)."
Este escrutínio (e aqui questiono-me se esta expressão não foi uma má escolha), não vincula a uma eleição simplesmente por causa deste (até porque já existem eleições, sendo que nessas, os estudantes possuem a possiblidade de, por intermédio do seu voto, expressarem a sua opinião sobre vários temas, incluindo este) mas sim a uma reflexão interna sobre a aplicabilidade de uma potencial promessa (e consequente acordo entre todos os participantes na discussão) sobre se esta deve, ou não, ser feita.
A responsabilização (e a responsabilidade) a que apelei nos meus textos, não é exclusivamente externa, mas sim interna e deve-se apelar à responsabilidade colectiva, no que toca a este tema.
Bernardo Rosmaninho.
Esclarecimento:
Devo informar que, no que toca à questão das camisolas de rugby, a explicação que eu apresentei se encontra errada.
Até porque não foi a Sailev que fez as nossas camisolas para este ano.
As minhas desculpas,
Bernardo Rosmaninho.
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