segunda-feira, 20 de outubro de 2008

USA 2008 (o post antes das eleições)

Passaram dois meses, duas convenções, três debates presidenciais, e só agora escrevo outro artigo sobre as eleições presidenciais norte-americanas. Por dois motivos em particular, mas também para fazer um apanhado daquilo que foram 60 dias, no mínimo, interessantes.

Com Barack Obama a escolher Joe Biden para Vice-Presidente, o senador John McCain apostou em Sarah Palin como 'running mate'. Se na primeira escolha, o candidato democrata rapidamente ultrapassou as críticas de que esta era feita em função da inexperiência deste; no caso de Sarah Palin, que mesmo obteve uma boa reacção inicial, esta foi uma escolha que obrigou o candidato republicano a suportar algum desgaste, fruto de muitas situações que surgiram na sequência de um (posterior) escrutínio feito pela imprensa ao passado da candidata.


Não obstante estes factos, e mesmo depois de três debates que favoreceram o Senador do Illinois por duas vezes e o Senador do Arizona na última (e decisiva, para ele) vez, a diferença entre os dois candidatos não é maior do que 6/8 pontos, algo que não dá margem para descanso a nenhuma das duas candidaturas.

Previsão da NBC

Após o terceiro debate presidencial, sucederam duas coisas que me fizeram voltar a escrever sobre este assunto. A primeira foi o facto de um jornal que eu leio, sem qualquer problema ou preocupação com o facto, se ter declarado a favor de Obama (o Washington Post), sinal de que estamos perante uma cultura jornalística diferente, onde as escolhas e apoios são feitos 'às claras'.

A segunda foi ter visto Colin Powell, de quem já se sabia ter uma opinião muito favorável do candidato democrata, anunciar publicamente o seu apoio ao Senador do Illinois. Foi um golpe muito grande para a candidatura de John McCain ver um republicano muito respeitado, não só pelos dois partidos, mas também pelo público em geral; um General e veterano do Vietname, que serviu nas Administrações Reagan, Clinton e Bush; a personalidade republicana com o maior índice de popularidade junto do público norte-americano; apoiar o candidato do partido oposto, sobretudo numa altura tão fulcral como é esta, a duas semanas do escrutínio.

Previsão da CNN

Acredito que um apoio tão grande como este irá ajudar a campanha de Obama, ver porquê aqui, a cativar os indecisos e alguns republicanos não tão conservadores, porém acredito que 5, 6, ou até 8 pontos de diferença numa sondagem não são margens credíveis para considerar (como muitos jornalistas já fizeram), Barack Obama o vencedor (antecipado) das eleições de 4 de Novembro.


Todos os dados apontam para que nestas eleições os estados que ainda não estão determinados e alguns que ainda não estão seguros sejam determinantes na definição do Colégio Eleitoral e, por consequência, no decidir de quem será o próximo Presidente dos EUA. Estejam atentos, portanto, às escolhas dos eleitores dos Estados da Pensilvânia (21 votos), Carolina do Norte (15 votos), Geórgia (15 votos), Ohio (20 votos), Virgínia (13 votos), Indiana (11 votos), Missouri (11 votos), Colorado (9 votos) e, como não podia deixar de ser, Flórida (27 votos).

Quem vencer os 3 "grandes" acima referidos (Pensilvânia, Flórida e Ohio) ganha uma vantagem quase impossível de alcançar.
Por outro lado, consistência nos 3 Estados de Este pode ser fulcral para ganhar as eleições (Geórgia, Carolina do Norte e Virgínia).
Por fim, surgem aqueles Estados que, caso estejamos perante uma corrida mesmo muito apertada, podem dar a vitória a qualquer um dos candidatos (Indiana, Missouri e Colorado), mas que, por terem menos votos que os 3 "grandes" já referidos, perdem para estes a importância e o papel de elemento decisivo numa eleição.


Ficam aqui não só ligações para artigos extremamente interessantes sobre as Eleições Presidenciais nos EUA mas também imagens correspondentes a previsões de vários meios de comunicação social norte-americana, devidamente legendadas. Espero que apreciem o artigo e que tenham uma boa semana.

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