quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Leitura Digestiva (#6)

Nota: A expressão "Leitura Digestiva" diz respeito aos livros que costumo ler muitas vezes ou aqueles livros que aprecio tanto, que acabo por, independentemente do tamanho destes ou do tempo disponível, me envolver na leitura deles, levando-os para todo o lado e aproveitando toda a ocasião para os ler, até que os acabe (quem me conhece melhor e/ou já passou férias comigo já está habituado a ver-me com o 'tijolo' atrás, sendo que não é de todo invulgar passado dois, três dias, já ter mudado de exemplar...).

Já há muito tempo que não fazia um post para esta rubrica e consegui agora deixar aqui uma sugestão de leitura que apenas me veio á cabeça pôr aqui quando a confrontei com outro livro do mesmo género.

Talvez pareça injusto comparar o primeiro volume da melhor obra escrita sobre Alexandre o Grande, o que é o caso, com outro livro bem mais romanceado e menos preciso, mais interessado em oferecer uma "estória" do que contar aquilo que, de facto, foi a história da vida deste colosso ("Virtudes da Guerra", de Steven Pressfield), que fez do trabalho de seu pai, Filipe, e de um povo, claramente visto por toda a gente como bárbaro, molas para conquistar o seu pedaço de glória e fama imortal, numa saga que nem vários escritores, nem sequer realizadores de cinema, conseguiram capturar efectivamente. Mas foi nesse contexto que comecei a ler "Alexandre, O Grande - O filho do sonho" e, passado já muito tempo depois de ter acabado de ler o livro uma segunda e terceira vez, posso afirmar que não me arrependo que fiz uma excelente compra.

Os livros de Valerio Massimo Manfredi, em especial o 1º volume da trilogia de Alexandre, O Grande: "O filho do sonho", são aqueles que se aproximam mais daquilo que foi a vida do personagem e aquela parte da história dos Macedónios. Este romance de 312 páginas é, na minha opinião, algo soberbo, tratando-se de um livro obrigatório para todos os interessados no tema. O trabalho de Manfredi é visível no cuidado com nos diálogos, no detalhe empregue na caracterização das (muitas) personagens, não se sentindo nunca tentado a afastar uma da narrativa ou a omitir pessoas e eventos que, para nós leitores, seriam importantes (de constar) num livro deste género.

Como exemplo da qualidade de escrita do autor italiano temos inclusive os argumentistas de Alexandre (Oliver Stone, 2004) que chegaram ao cúmulo de fazer verdadeiros "copy-paste" de diálogos do livro, inserindo-os no filme tal e qual como estão, sem qualquer tipo de adaptação.

Se para o leitor comum este autor é mais facilmente conotado com o filme "A última legião", uma adaptação cinematográfica (bastante má, a meu ver) de um livro seu com o mesmo nome, o seu maior sucesso e a obra que fez dele um nome reconhecido no panorama internacional do romance histórico foi esta que aqui apresento, que tem como complementos, o 2º e 3º volumes, intitulados, respectivamente, "O segredo do oráculo" e "No fim do mundo".

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