sábado, 20 de outubro de 2007

A Frase.

"O primeiro-ministro tem que nos ouvir e responder às nossas reivindicações porque nós representamos os interesses dos trabalhadores portugueses".

- Carvalho da Silva, líder da CGTP.



Existe um frase, proveniente do filme Fuga das Galinhas (versão dobrada) que se encaixa na perfeição a este 'momento' jornalístico, e que na película surge pela voz de um agricultor com um sotaque açoriano meio disfarçado:

- "Está tudo na tua cabeça...", diz ele, convencendo-se assim, de que afinal as galinhas não estão a fugir e que tudo está bem e correcto.


Pergunto-me se este tipo não deve (antes destas declarações para a comunicação social) pensar o mesmo?

Frases copiadas á L'Oreal - "Ele merece" - onde só lá falta o "porque", manifestações organizadas via sms e estranhamente - e estou eu a ser ingénuo e a dar o benefício da dúvida - 'povoadas' por membros do PCP, secretário-geral inclusivé, que até acrescenta o seu cunho ao artigo afirmando (com fina ironia, segundo o mesmo) que "nem todos devem ser militantes do partido"?

Já não existe paciência para estas actividades e personalidades que, de tempos a tempos, vão aparecendo nas notícias. O discurso fácil só pelo protagonismo, o amadorismo e óbvia conotação política nas acções e declarações, para depois termos todos que suportar o enorme e gigantesco vazio de conteúdos, de alternativas, de qualquer coisa que não seja uma queixa ou pseudo-censura á governação. Em suma, não havia necessidade...

É que mesmo não tendo grandes simpatias pelo PS ou pelo actual elenco governativo, acho que a maioria dos portugueses não é vesga nem tola. Goste-se ou não do Governo do Sr.Sócrates, não existem (e não creio que, num futuro próximo, venham a existir) no momento, alternativas viáveis ao mesmo.

Nem á esquerda (silenciada, como diz a JSD num cartaz colocado na alameda da universidade, ou sem ideias viáveis e minimamente credíveis) e muito menos á direita (aderente agora a 100% ao marketing político, com eleição de Luís Filipe Menezes e Santana Lopes, que se juntam a Paulo Portas, cheios de esperança que a aparência e bons discursos cheguem para valer pelas ideias e projectos), se encontra solução para o dilema da oposição em 2009.

Por isso, se é para fazerem mais manifestações destas, com 200.000 pessoas (ou mais até), mas sem uma única ideia construtiva, poupem-se ao trabalho. Não que não respeite o direito que cada um tem a opinar e a expressar-se mas, no meu entender, manifestações e protestos, para serem autorizados, tinham que vir com alternativa devidamente fundamentada.

Agora assim, não. Mesmo que seja a maior dos últimos vinte anos.

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