Numa altura em que a crise económica domina as atenções dos principais meios de comunicação social, encontramos num dos melhores jornais portugueses (para muitos o melhor), o Publico, alguns (curtos) artigos que deixam qualquer pessoa a pensar na razoabilidade disto tudo, e no pouco controlo que temos sobre as decisões que são feitas, a vários níveis, primeiro pelo nosso Parlamento, mas em muitos casos por Bruxelas, decisões essas que, como é perceptível, são condicionadas (e de que maneira) por factores (e elementos) exógenos aos órgãos e instituições em questão.
23/04/2010: Grandes grupos económicos vão ficar isentos das mais-valias (ler aqui)
28/04/2010: Paul De Grauwe, professor da Universidade de Lovaina - "Quando se é do Sul, é-se menos credível" (ler aqui)
28/04/2010: Juros da dívida portuguesa já superam os dos gregos quando pediram ajuda (ler aqui)
29/04/2010: Estradas de Portugal fechou ontem o contrato da subconcessão do Pinhal Interior (ler aqui)
29/04/2010: Redução do rating português considerada “duvidosa” no Financial Times Deutschland (ler aqui)
29/04/2010: As agências de rating voltam a ser as "culpadas" da crise (ler aqui)
30/04/2010: Espanha corta um terço das empresas públicas e 32 altos cargos para poupar gastos (ler aqui)
30/04/2010: “Faremos tudo para que a meta do défice seja superada”, diz Sócrates (ler aqui)
30/04/2010: Fitch considera a situação de Portugal “menos séria” que a da Grécia (ler aqui)
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A imagem que passa da leitura destes artigos é a de que, não obstante o agravar da dívida portuguesa e do risco (determinado pelas agências de 'rating') inerente ao investimento na nossa economia, por cá tudo continua sem grandes mudanças, com o défice a ser uma espécie de "tábua de salvação"/desígnio nacional (sem que se assista a um mínimo de discussão sobre dois problemas bem maiores, o desemprego e a enorme dívida pública, sobretudo este último), continuando-se a insistir numa neo-política do betão, poupando todos aqueles que possam ter algum dinheiro a um esforço que, mais tarde ou mais cedo, a esmagadora maioria da população portuguesa (já de si endividada) vai ter que, mais uma vez, suportar, para pagar estas auto-estradas e os outros projectos que aí vêm, para não falar desta dívida, que andamos a vender (e a pagar, pelo menos os altíssimos juros) a meio mundo sem grande preocupação.
Da blogosfera nacional, prefiro insistir na leitura deste artigo, publicado a 28 de Abril por António Cerveira Pinto no blogue O António Maria, um post corajoso nas ideias e correcto em grande parte das conclusões. Vale a pena ler.
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